Dados do Trabalho
Título
ESTATINAS, SULFONILUREAS, BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA, ANTIDEPRESSIVOS E COLECALCIFEROL: DESVENDANDO SUA ASSOCIAÇAO COM O DEDO EM GATILHO NO DIABETES TIPO 2
Introdução e Objetivo
Devido a alta incidência do dedo em gatilho em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, juntamente com as lacunas na compreensão dos fatores preditivos dessa condição, além da ampla variedade de medicamentos utilizados por esses pacientes, os pesquisadores decidiram conduzir uma investigação sobre as possíveis associações entre o uso desses fármacos e a frequência do dedo em gatilho.
Material e Método
Estudo observacional transversal retrospectivo, realizado de 2017 a 2021, investigou as associações entre o uso de medicamentos e a incidência do dedo em gatilho em diabéticos do tipo 2. Os prontuários eletrônicos de uma clínica de endocrinologia foram meticulosamente analisados. Os critérios de inclusão exigiam um diagnóstico confirmado de diabetes mellitus tipo 2 não dependente de insulina, presença na clínica durante o período do estudo, acompanhamento mínimo de cinco anos e idade mínima de 65 anos. No total, 2.956 registros foram revisados, com 705 indivíduos atendendo aos critérios de inclusão. A análise estatística foi realizada utilizando o Teste Exato de Fisher, com um nível de significância estabelecido em p<0,05.
Resultados
Dos 2956 participantes analisados, 705 foram incluídos na pesquisa. Quanto à associação com o diagnóstico do dedo em gatilho na população geral do estudo, foi observada associação significativa entre o uso de sulfonilureia oral e o diagnóstico da doença (p=0,04). Curiosamente, nos homens houve uma associação inversa entre o uso de bloqueadores dos receptores da angiotensina e o desenvolvimento de dedos em gatilho (p=0,04). No contexto da intervenção cirúrgica, houve uma associação entre o uso de antidepressivos orais e a necessidade cirúrgica em toda a amostra (p=0,02). No sexo feminino, foi observada associação significativa entre o uso de antidepressivos (p=0,01) e colecalciferol (p=0,04) com a posterior necessidade de cirurgia. No entanto, a atorvastatina foi relacionada à menor necessidade de intervenção cirúrgica no grupo feminino (p=0,05).
Discussão
Os resultados deste estudo destacam a importância de investigações adicionais para entender mais profundamente a relação entre esses medicamentos e o diagnóstico ou tratamento do dedo em gatilho. Essas descobertas podem orientar futuras pesquisas clínicas e ajudar em estratégias mais eficazes para o tratamento.
Conclusão
Sulfoniluréias e bloqueadores do receptor da angiotensina demonstraram associação com o diagnóstico, enquanto o colecalciferol, antidepressivos e atorvastatina com a necessidade de cirurgia no dedo em gatilho.
Área
Clínico
Instituições
Hospital Naval Marcílio Dias - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
JUNOT HORTENCIO DE SOUZA NETO, CAIO CESAR MESQUITA, ALINE CORDEIRO FERNANDES LADEIRA, ARNALDO CÉZAR COUTO, DIRCEU JUNIOR OLIVEIRA, FERNANDO AZEVEDO BILLEGAS