Dados do Trabalho
Título
CATETERIZAÇÃO TEMPORÁRIA ARTERIAL AMPLIA O LIMITE DE TEMPO DE ISQUEMIA NO MACROREIMPLANTE?
Introdução e Objetivo
Observamos um atraso no referenciamento dos casos para o tratamento definitivo das amputações traumáticas de membros em nosso País. Os casos com amputações proximais ao punho, apresentam um prazo limite para reimplante. sendo lesões que promovem risco de vida ao paciente. Objetivo:Análise dos macroreimplantes com tempo de isquemia prolongado, submetidos a cateterização temporária da artéria para determinação da viabilidade do coto de amputação e resultados.
Material e Método
Série de casos de todos os pacientes com amputações traumáticas proximais ao punho, com tempo de isquemia fria igual ou superiores à seis horas, entre 2017 e 2021. Os critérios de inclusão para esta série de casos foram:
- Nível de amputação proximal ao punho
- avulsão
- Tempo de isquemia >6 horas
Na análise estatística descritiva serão avaliados os dados técnicos intraoperatórios (necessidade de utilização de enxerto venoso, vasos utilizados para anastomose arterial, número de microanastomoses, sistema venoso utilizado para microanastomose), tempo de isquemia total, complicações e procedimentos cirúrgicos adicionais.
Resultados
Oito pacientes operados por dois cirurgiões com amputações traumáticas de antebraço. A tempo médio de isquemia foi de 8 horas. Todos os pacientes necessitaram cirurgias adicionais, sendo a mais comuns: enxerto de pele ou revisão da fixação óssea. Sucesso do macroreimplante foi obtido em 5 pacientes. O tempo médio de isquemia fria foi maior no grupo com sucesso no macroreimplante (7,4 horas) quando comparado com o grupo com insucesso (9 horas)
Discussão
Embora a comparação entre a média do tempo de isquemia dos casos com sucesso e insucesso no macroreimplante não apresentou diferença estatística, a média do grupo com sucesso (7,4 horas) foi menor e a falta de diferença estatística pode ser justificada, pelo número de casos, embora devido à raridade desta grave lesão , esta casuística é comparável com a literatura. Acreditamos que o tempo limite de isquemia dos macroreimplantes deve ser ditado pela gravidade da lesão; condições técnicas e de apoio da equipe anestésica e clínica; e principalmente do acondicionamento adequado da parte amputada, que em alguns casos chega em condições inadequadas de preservação
Conclusão
Os macroreimplantes necessitam transferência imediata para serviços especializados e a apesar da realização da cateterização temporária arterial auxiliar no manejo cirúrgico, parece não interferir nos resultados
Área
Clínico
Instituições
UNIVERSIDADE DE SAO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
RAQUEL BERNARDELLI IAMAGUCHI, GUILHERME MOREIRA DIAS, FERNANDA DO CARMO IWASE, MARCELO ROSA REZENDE, RAMES MATTAR JR