Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA DA DOR NEUROPATICA EM PACIENTES COM FRATURA DA EXTREMIDADE DISTAL DO RADIO.

Introdução e Objetivo

As fraturas da extremidade distal do rádio (FEDR) são as mais comuns de todas encontradas tanto em unidades de pronto atendimento hospitalar, bem como em serviços de atendimento ambulatorial. Um componente neuropático pode se desenvolver imediatamente após o trauma cirúrgico e persistir na ausência de estímulo periférico nociceptivo ou inflamatório. O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência de dor neuropática em pacientes com fratura da extremidade distal do rádio.

Material e Método

Foram incluídos pacientes com fratura da extremidade distal do rádio, acima de 18 anos, admitidos no serviço de ortopedia de um hospital terciário. Foram avaliados faixa etária, gênero, membro acometido e o tratamento. Doze semanas após o trauma, os pacientes foram submetidos a avaliação da presença de dor neuropática através do DN4, funcionalidade do membro superior (QUICK – DASH), qualidade de vida (WHOQOL-bref) e a dor foi registrada em uma escala visual analógica (EVA). Os resultados foram comparados com o uso do teste Mann-Whitney para variáveis quantitativas e Teste exato de Fisher para variáveis qualitativas.

Resultados

A prevalência de dor neuropática (DN4 ≥ 4) foi de 52,8% nos pacientes avaliados, destes 71,1% são mulheres. Pacientes com tratamento conservador 23,7% evoluíram com dor neuropática e no tratamento cirúrgico 76,3%. O nível de dor (EVA), capacidade funcional (QuickDASH) e qualidade de vida (WHOQOL-bref) apresentaram piores resultados no grupo com dor neuropática (p<0,01).

Discussão

No presente estudo, encontramos uma prevalência em 52,8% dos pacientes avaliados utilizando o questionário DN4. Silva et al ao avaliarem 43 pacientes submetidos a fixação com placa volar bloqueada de fraturas na extremidade distal do rádio encontraram uma prevalência de 39,5% de sinais e sintomas de dor neuropática persistentes até 10 semanas após o procedimento cirúrgico 7 . Vale ressaltar, que na nossa investigação, foram incluídos pacientes submetidos a diversas técnicas terapêuticas. A dor neuropática é geralmente mais frequente em pacientes com mais de 60 anos e em mulheres, sendo mais grave do que a não neuropática 20. No nosso estudo observamos a presença de componente neuropático associado a dor em 52,8 % dos pacientes, destes 71,1 % do sexo feminino, após 12 semanas do trauma.

Conclusão

A prevalência de dor neuropática em pacientes com fratura da extremidade distal do rádio foi elevada, 52,8%, no presente estudo, e apresentou impacto funcionalidade do membro acometido bem como na qualidade de vida do paciente.

Área

Clínico

Instituições

Hospital do Subúrbio - Bahia - Brasil

Autores

FERNANDO ANTONIO SILVA DE AZEVEDO FILHO, ALEXANDRE DEL REY BASTOS, ÍCARO CRUZ SILVA, JOSÉ FRÓES NETO, YUSSEF ALI ABDOUNI, RICARDO BRITTO COTIAS