Dados do Trabalho


Título

USO DO RETALHO MICROVASCULAR DE FIBULA PARA TRATAMENTO DE PSEUDOARTROSE DE TIBIA EM PACIENTES DE UM HOSPITAL DE URGENCIA: UM ESTUDO DESCRITIVO RETROSPECTIVO

Introdução e Objetivo

Desde sua introdução em 1975 o retalho microcirúrgico de fíbula abriu nova oportunidade terapêutica para o tratamento de perdas ósseas segmentares, sendo uma das principais técnicas instituídas para falhas superiores a 6cm. O objetivo deste estudo é analisar a evolução de pacientes submetidos a reconstrução óssea de tíbia com retalho fibular microcirúrgico.

Material e Método

Trata-se de um estudo retrospectivo realizado em um centro de urgências. Foram selecionados e revisados os prontuários dos pacientes submetidos a técnica de reconstrução de perda segmentar de tíbia com o retalho osteocutâneo fibular, entre os períodos de janeiro de 2020 e dezembro de 2023, com enfoque nos tempos de consolidação, descarga de peso e complicações pós-operatórias. Os dados foram analisados segundo o R de Pearson e pelo teste de homogeneidade de Kruskal-Wallis e Mann e Whitney.

Resultados

13 pacientes foram inicialmente selecionados, dos quais 1 foi excluído por não ter sido submetido a técnica microcirúrgica e 1 por ausência do prontuário. Dos 11 pacientes, 10 eram do sexo masculino e 1 do sexo feminino, com idade entre 4 e 58 anos. A amostra era composta por 4 crianças e 7 adultos, dos quais 7 sofreram acidentes automobilísticos, 2 pseudoartrose congênitas e 2 osteomielites, com histórico de múltiplos procedimentos prévios, média de 3,17. 5 pacientes foram submetidos exclusivamente ao retalho microcirúrgico de fíbula, enquanto os demais receberam enxerto ósseo morcelizado adicionalmente ao retalho. Apenas 1 paciente necessitou de reabordagem cirúrgica por pseudoartrose distal do retalho. 100% dos retalhos foram integralizados com tempo médio até a consolidação de 4,6 meses e o tempo até descarga de peso de 6,1 meses, com os pacientes pediátricos tendo tempo significativamente menor.

Discussão

O retalho fibular é uma ótima terapêutica para tratamento das perdas ósseas de tíbia, permitindo o encurtamento do tempo de tratamento e com retomada da deambulação e das atividades laborais de todos os pacientes tratados. A associação do retalho com o enxerto ósseo, pouco relatado na literatura, pode resultar em um aumento da resistência local, justificando a ausência de fraturas por estresse neste estudo.

Conclusão

O retalho microcirúrgico de fíbula possui bons resultados funcionais no tratamento de perdas segmentares de tíbia e com possibilidade de encurtamento do tempo de tratamento. O uso de enxerto ósseo autólogo adjacente ao retalho pode estar associado a ausência de fraturas por estresse.

Área

Clínico

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

DIEGO TELES MATOS, ALEX FRANCO DE CARVALHO, EHAB S SALEH, RUY DANTAS SILVEIRA GOIS NETO, MARIO MATIOTTI NETO, CONSTANCIO FIGUEIREDO TAVARES JUNIOR