Dados do Trabalho
Título
CIRURGIA DO TUNEL DO CARPO COM EMPREGO DA METODOLOGIA WALANT E HEMOSTASIA CONTROLADA POR ACIDO TRANEXAMICO
Introdução e objetivo
Nos últimos anos, cirurgias da mão evoluíram, simplificando procedimentos com técnicas como a de Lalonde, sem sedação ou torniquete, apenas com anestesia local com vasoconstritor (Epinefrina). Demonstrou-se que a injeção eletiva de epinefrina no dedo elimina a necessidade do torniquete e, portanto, subtrai sedação e anestesia geral de várias destas cirurgias.
O método WALANT (Wide Awake Local Anesthetic No Tourniquet) fornece maior eficiência cirúrgica com menor custo, possibilitando realização de procedimentos em ambiente ambulatorial.
Na última década, estudos estabeleceram a segurança da aplicação da epinefrina, consolidando a técnica no tratamento cirúrgico de diversas patologias de mão, incluindo síndrome do túnel do carpo, e até mesmo para casos de reimplante de dígitos.
Controle hemostático permanece um desafio, especialmente em cirurgias ortopédicas de extremidades menos cobertas por tecidos moles. Nestas, outra substância com ação coagulante, como o Ácido Tranexâmico (AT), poderia atuar. A investigação sobre uso em pequenas cirurgias da mão, como STC, é inexistente ou ambígua, mantendo incerto o risco para eventos trombóticos e outras complicações. Assim, o objetivo deste estudo é comparar a técnica WALANT tradicional (com Epinefrina) com a modificada (eliminando a Epinefrina da solução anestésica e utilizando AT endovenoso e tópico), observando complicações pós-operatórias, tempo cirúrgico, dor e função da mão.
Material e Método
Estudo prospectivo realizado com 53 pacientes, com diagnóstico de STC que consentiram em participar. Foram randomizados em dois grupos: WALANT com vasoconstritor (epinefrina) (n=27) ou AT (n=26). Tempo de cirurgia, satisfação e complicações pós-operatórias foram registrados.
Os exames específicos para STC e Boston Carpal Tunnel Questionnaire (BCTQ) foram aplicados no início do estudo e 30 dias de pós-operatório.
Resultados
Observou-se no intraoperatório, maior dificuldade para controle hemostático com uso de AT, sendo maior o tempo de cirurgia para os pacientes que usaram AT.
Discussão
Literatura reforça a hipótese de que a substituição da epinefrina pelo AT é alternativa suficiente para hemostasia em cirurgias eletivas da mão.
Assim, sugere-se AT como variante na técnica WALANT para controle do sangramento, sem a supressão da perfusão periférica e ausência do efeito isquêmico transitório provocado por vasoconstritores
Conclusões
Esse estudo mostra que substituir epinefrina pelo AT, é alternativa suficiente para hemostasia, porém, o uso de AT aumentou o tempo de cirurgia.
Área
Clínico
Instituições
Instituto Jundiaiense de Ortopedia e Traumatologia - São Paulo - Brasil
Autores
HELTON HIROSHI HIRATA, LINCOLN HIROITI KAMIMURA, GIOVANI BROGLIO VASQUES, MÔNICA DE SOUSA BRAGA, MATHEUS MACHADO MELO, CAROLINA ISPER