Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DOS PROCEDIMENTOS NO TRATAMENTO DA FRATURA E PSEUDOARTROSE DO ESCAFOIDE: COMPARAÇAO ENTRE PRATICA CLINICA E EVIDENCIAS CIENTIFICAS

Introdução e objetivo

A fratura do escafoide é uma lesão comum, frequentemente desafiadora de diagnosticar e tratar devido à sua localização anatômica e ao risco de complicações como a pseudoartrose. Este estudo busca analisar a prática clínica atual em relação aos métodos diagnósticos, tratamento conservador e cirúrgico da fratura do escafoide, bem como o tratamento da pseudoartrose, comparando-os com as evidências científicas disponíveis.

Material e Método

Um questionário foi distribuído a especialistas em cirurgia da mão, que incluiu perguntas sobre exames de imagem preferenciais para diagnóstico, tipo de imobilização utilizada no tratamento conservador e pós-operatório, material de síntese empregado na cirurgia e tipos de enxerto na pseudoartrose do escafoide. Os resultados do questionário foram comparados com a literatura científica atualizada.

Resultados

No diagnóstico da fratura do escafoide, a maioria dos especialistas opta pela ressonância magnética (83,3%) se a fratura não for visualizada inicialmente, enquanto apenas 6,7% solicitam tomografia computadorizada. No tratamento conservador, a imobilização com gesso axilopalmar seguido de gesso antebraquiopalmar é predominante (66,7%), com duração variando de 45 a 60 dias. No tratamento cirúrgico, o parafuso de compressão é o material de escolha (100%), preferencialmente inserido através de acesso dorsal (50%) ou volar (50%). Na pseudoartrose, 77,8% dos especialistas utilizam parafuso para osteossíntese, com enxerto não vascularizado geralmente retirado da crista ilíaca (50%) ou do olecrano (28,6%). Enxerto vascularizado é retirado da face dorsal do rádio (85,7%), com variação no método de fixação entre fios de Kirschner (38,5%) e parafusos (57,7%)

Discussão

Os resultados do questionário refletem uma prática clínica alinhada com as evidências científicas em muitos aspectos, como a preferência pela ressonância magnética no diagnóstico inicial e o uso do parafuso de compressão na cirurgia. No entanto, existem discrepâncias, como a duração da imobilização no tratamento conservador e pós-operatório, que varia significativamente entre os entrevistados. A escolha do tipo de enxerto na pseudoartrose também apresenta divergências, destacando a necessidade de mais estudos comparativos para orientar a prática clínica de forma mais precisa.

Conclusões

Este estudo destaca a importância de alinhar a prática clínica com as evidências científicas disponíveis no tratamento da fratura e pseudoartrose do escafoide.

Área

Experimental

Instituições

Hospital Felício Rocho - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARCELA DE MELO GAJO, LEONARDO ANDRADE MOREIRA, PRISCILLA PIRES DE LAS CASAS, LUCIANO GOMES RIZZI